A expressão “meio de comunicação” refere-se ao instrumento ou à forma de conteúdo utilizados para a realização do processo comunicacional. Entende-se por meios de comunicação de massa, o conjunto de meios de comunicação, destinados ao grande público: o cinema, o rádio, a televisão, o vídeo, a imprensa escrita como os jornais, revistas e outros e, a partir da década de 1990, com destaque a internet esses meios resultaram da necessidade de comunicação rápida com um grande número de pessoas que pertencem a todas as classes sociais e têm diferente formação cultural.

Sua origem remonta à Revolução Industrial no século XVIII, mas sua consolidação se dá em meados do século XIX, quando a ascensão da burguesia torna mais complexa a vida urbana. Aparece, então, nesse processo, o surgimento de grupos de especialistas com interesses particulares, e que, de certa maneira, impõem padrões e homogeneízam o gosto por meio da difusão de seus produtos.

Eles têm a intenção de converter em entretenimento guerras, genocídios, greves, cerimônias religiosas, catástrofes naturais e das cidades, obras de arte, obras de pensamento, etc. Há um “perigo” devido ao fato de que os meios de comunicação de massa pertencem a grupos muito fechados, que detêm o monopólio de sua exploração e, com isso, adquirem o poder de manipular a opinião pública nos assuntos de seu interesse no campo da comunicação, da política e outros.

Os meios de comunicação de massa são um produto dos avanços tecnológicos e são apropriados pela “Indústria Cultural” e por isso, estão intimamente voltados aos interesses particulares de grupos minoritários que tendem a transformar seus valores e ideais em senso comum, logicamente em torno da garantia do poder político e do lucro obtido com a disseminação de suas vontades específicas.

Essa comunicação de massa nos impõe um padrão de vida e felicidade a ser alcançado, com objetivos e ideais muitas vezes impossíveis para todos, mas diante da televisão, por exemplo, isso se torna possível. Assim, os indivíduos abdicam de sua liberdade em troca do que vêem, ouvem, sentem através dos meios de comunicação e deixam-se ser controlados. Os principais responsáveis por esse estado de coisas são as classes sócio-econômicas dominantes e os governos que as servem, que utilizam esses meios de comunicação de modo a exercer seu controle sobre a sociedade.

No caso do Estado, a sutileza consiste em aumentar propositadamente a obscuridade do discurso para que o cidadão se sinta tanto mais informado quanto menos puder raciocinar convencido de que as decisões políticas estão com especialistas – críveis e confiáveis – que lidam com problemas incompreensíveis para os leigos. A intenção ideológica por trás da inculcação desses valores impostos é uma possível e preocupante visão de mundo estruturada em uma mesma matriz de pensamento, um mesmo comportamento, hábitos e costumes semelhantes que tendem a ser difundidos, particularmente pela TV. Há uma produção teórica interessada e conveniente, totalmente manipulada, que visa fazer as pessoas pensarem de tal modo, julgando que pensam ou teorizam por conta própria.

Nessa relação entre Indústria Cultural e meios de comunicação de massa percebe-se a anulação dos valores individuais, na medida em que não há reação efetiva do receptor, este passa a contentar-se com “dados” que saem do nada e levam a parte alguma, e acomodar-se a esse universo vazio de significação em que se transformam suas vidas. O indivíduo, portanto, deixa de existir, especialmente o indivíduo pensante, e é substituído por esse “indivíduo de estatística”, por esse indivíduo que é a massa.

A informação veiculada pelos meios de comunicação de massa segue apenas um sentido, da fonte para o receptor, sem retorno: com isso, não há informação, mas conformação. Esses meios de comunicação propõem, através da teoria que veiculam, que o que vale é o circunstancial, o efêmero, o passageiro. Buscam levar as pessoas a terem como idéias verdadeiras aquilo que nada permanece na memória: da moda ao comprometimento político, tudo passa e tende a perder-se…

André Wagner Rodrigues é historiador, filósofo e educador. Autor do livro “Sofia, a menina que gosta de filosofar