Você me desculpe, mas eu não entro em concorrência por ninguém. Não fico na fila para amar e ser amado. Não sou um cavalo de corrida galopando pelo grande prêmio. E acho honestamente que quem aceita competir pelo amor de outro alguém já começou perdendo.

Penso aqui comigo que quem pensa o amor assim – que o escolhido será o mais bonito, o mais em forma, o mais rico, o mais viajado – ainda não entendeu nada!

A mim faz bem pensar que o amor é para todos, sobretudo para as pessoas que se amam, que trabalham porque querem melhorar a si mesmas, que caminham pela vida de seu jeito e que uma hora, lá no meio do caminho, encontram outras pessoas que as compreendem e as aceitam como são. É para quem faz por merecê-lo, não para quem derrota quinze concorrentes numa prova em que só vence aquele que restar vivo no final.

O amor não há de ser isso, não. Se for, eu prefiro caminhar sozinho. Amando a quem eu quero do meu jeito, de minha sorte. Competindo com ninguém mais senão comigo mesmo. Vivendo o amor que vive em mim e que ora sim, ora não, transborda mundo afora e encharca quem estiver perto.