Imagem por: Amanda Fortunato

Pessoas influentes de qualquer momento em vigor ofertam ideias e ideologias algumas vezes irracionais, e seus seguidores, por sua vez, acabam sustentando alguns preconceitos através da palavra de tais “celebridades”, pois ninguém questiona estas.

Assim, sem um pensamento crítico em relação aos valores que automaticamente adotam, os cidadãos isentam-se de culpa. Pois o que vale é determinado alguém no poder pensando o coração da complexa sociedade (poupando toda a população dessa maciça tarefa) e informando a seus influenciados o que é bom ou ruim – e até mesmo o que é certo ou errado. Pode ser algo que desrespeite completamente os direitos humanos, mas como não há qualquer questionamento sobre isso e, portanto, como não há julgamentos, você está livre para tais atos muitas vezes maldosos – e para continuar justificando os próprios preconceitos.

Porque, aliás, direitos humanos (acompanhados por uma necessária qualidade) é algo que se desenvolve com certa lentidão colossal na História da humanidade, uma vez que eles sempre feriram os privilégios supérfluos daqueles que detêm o poder; daqueles nos quais a gente apoia nossa voz (em função a uma espécie de preguiça de falarmos por nós mesmos bem como de sair da nossa zona de conforto e procurarmos por nossa própria, verdadeira e autêntica voz). E, ainda, desviar-se muito da opinião já tão bem estruturada da comunidade – mais importante ainda, do meio social ao qual você pertence ou deseja pertencer e que, portanto, você valoriza – é uma espécie de tiro no pé, de busca por apedrejamento social.

E assim construímos nosso próprio encurralamento, e temos saudades de não sentirmos o gosto da liberdade de modo constante. A liberdade, todavia, devia ser nossa base; não nosso temor.

Hitler e seus ideais eram apoiados por quase toda a população da época. A escravidão era apoiada porque a Igreja dizia, basicamente, que aquela era a vontade de Deus. E ninguém se sentia culpado por isso. Conforme o amadurecimento da consciência coletiva, contudo, tempos depois essas posturas foram fortemente criticadas. E, como o foram, hoje grande parte dos indivíduos não as apoia mais. Porém apoiam ideias semelhantes em alguns cenários (consciente ou inconsciente, direta ou indiretamente). Eis aí dois meros exemplos ilustrativos.